China: polícia entra em choque com cristãos por remoção de cruz; entenda

22/07/2014 23:33

China: polícia entra em choque com cristãos por remoção de cruz; entenda

Centenas de cristãos na China foram detidos num domingo, em 2011, quando tentavam realizar um culto. Eles eram membros da Shouwang, uma das maiores igrejas protestantes não registradas, em Pequim

A perseguição aos cristãos é constante. Em 2011, centenas de cristãos foram detidos num domingo, quando tentavam realizar um culto. Eles eram membros da Shouwang, uma das maiores igrejas protestantes não registradas, em Pequim

A polícia no leste da China entrou em confronto com manifestantes cristãos que se reuniram ao redor de sua igreja nesta segunda-feira (21), mas não conseguiu executar uma ordem do governo para remover uma cruz do prédio, de acordo com testemunhas e relatos na Internet.

Diversas pessoas ficaram feridas no confronto, que durou duas horas.

Dezenas de igrejas na rica província de Zhejiang receberam notificações do governo nas últimas semanas exigindo a demolição de suas edificações ou a remoção de cruzes, em uma ação que, segundo o governo, consiste no combate a estruturas ilegais, informou o grupo cristão ‘ChinaAid’, que tem base nos Estados Unidos.

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Grupos de defesa de direitos e cristãos dizem que as medidas do governo são perseguição religiosa e ignoram a liberdade de religião garantida na Constituição da China.

Na mais recente ação, a polícia tentou remover uma cruz da igreja do condado de Pingyang, perto da cidade de Wenzhou. Mas a congregação cercou a igreja e evitou que a polícia chegasse perto, de acordo com duas testemunhas.

A Reuters não conseguiu contatar a polícia de Pingyang.

Zhejiang fica na costa ao sul de Xangai e há anos é conhecida como um centro da iniciativa privada.

A China tem cerca de 65 milhões de cristãos, divididos entre os que frequentam igrejas sancionadas pelo Estado e aqueles que frequentam as igrejas irregulares. Grupos de direitos têm acusam a China de não respeitar a liberdade de religião, alegação que Pequim nega.

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