Na visão do professor da Universidade de Pelotas, é preciso esperar um pouco mais para ver se a tendência de alta vai se confirmar e, aí sim, entender o que levou ao avanço do vírus. "Só então vamos saber que medidas adotar para de novo combater as novas infecções."
O infectologista Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), reforça serem necessários mais dados do monitoramento para ter certeza dessa elevação. "Há uma percepção minha de aumento de casos, mas de mortes ainda é difícil dizer, particularmente creio que não", acredita.
O painel revela também que subiu o volume semanal de infectados. Eram 95.577 de 17 a 23 de abril e passaram a 102.582 nos sete dias seguintes.
Kfouri observa que o acompanhamento dos dados nacionais de Covid são falhos e sujeitos a diversas intercorrências: desde o atraso nos registros até o represamento de informações que acabam tendo impacto em um período curto de tempo. "Por isso é importante aguardar mais algum tempo."
Apesar de a Ômicron ter levado o Brasil à terceira onda da doença no início de 2022, o painel do Conass mostra que o número máximo de mortes por Covid em uma semana ocorreu bem antes, entre 4 e 10 de abril do ano passado, com 21.141 registros.
A mais nova cepa do coronavírus foi responsável, sim, pela maior quantidade de casos detectados desde o início da pandemia. Entre 23 e 29 de janeiro deste ano, o país alcançou o recorde nacional de 1.305.447 de testes positivos.
Mesmo com tantos doentes, o total de mortes com a Ômicron não subiu na mesma proporção por causa da vacinação, em ritmo acelerado no Brasil desde a metade de 2021.
A vacinação, iniciada por aqui de forma lenta no primeiro semestre de 2021, já alcançou com duas doses ou a aplicação única da vacina da Johnson, segundo o vacinômetro do R7, quase 164 milhões de pessoas, ou 76,8% da população.